terça-feira, 30 de abril de 2019

11 grandes músicas de George Harrison pós-Beatles

O músico teve uma carreira solo longa e extremamente produtiva


Como integrante da banda, ele foi responsável pelos clássicos “Within You Without You”, “While My Guitar Gently Weeps”, “Here Comes the Sun” e “Something”. Conhecido como o mais quieto dos quatro integrantes, além de músico ele foi também produtor musical e cinematográfico.
Durante sua vida, Harrison chegou a gravar mais de dez discos solo, além de receber um álbum póstumo chamado Brainwashed, organizado e montado por seu filho Dhani e pelo amigo de longa data Jeff Lynne, com composições que ainda não havia lançado. O CD foi disponibilizado em novembro de 2002, um ano após a morte do músico.
Veja abaixo 11 músicas que marcaram a carreira de George Harrison depois dos Beatles.

01

“Give Me Love (Give Peace on Earth)” - De Living in the Material World (1973), brigou nas paradas com “My Love”, de Paul McCartney. Chegou ao primeiro lugar nos Estados Unidos. No Brasil fez sucesso na voz de Marisa Monte.

02

“All Those Years Ago” - Homenagem a John Lennon, lançada em 1981. Foi produzida pelo lendário George Martin(o verdadeiro “quinto beatle”) e conta com as participações de Ringo Starr e do Wings, de McCartney.

03

“Awaiting on You All” - Uma das composições mais interessantes de Harrison, combinando um instrumental roqueiro com uma letra complexa que, ao mesmo tempo, prega a espiritualidade, mas condena as religiões organizadas.

04

“Handle With Care” - Ao lado do Traveling Wilburys (um dos maiores supergrupos da história, com Roy Orbison, Bob Dylan, Tom Petty e Jeff Lynne), Harrison ajudou a compor esta faixa delicada, com todas essas lendas do rock se revezando nos vocais.

05

“Try Some, Buy Some” - Primeiro gravada por Ronnie Spector, em 1971, ganhou versão de George Harrison dois anos depois. Três décadas mais tarde foi gravada mais uma vez, por David Bowie, em Reality.

06

“Not Guilty” - A faixa foi composta ainda na época dos Beatles, mas só foi lançada oficialmente em 1979. Tanto a versão solo quanto a registrada pelo quarteto são primorosas (sendo esta última mais pesada).

07

“When We Was Fab” - Nostálgica, a música de 1989 faz referências aos anos 60 e aos tempos em que “éramos fabulosos”. George Harrison parece falar sinceramente sobre os Beatles, em especial na frase “você foi meu único amor”. Ringo participa do clipe, que também tem uma referência a um Walrus canhoto tocando baixo (Paul McCartney no filme Magical Mystery Tour).

08

“Horse to the Water” - Uma das últimas gravações de George Harrison, saiu no álbum Small World Big Band (2001), de Jools Holland. Foi coescrita por Georgee o filho dele, Dhani.

09

“Photograph” - Composta para (e com) Ringo Starr, que lançou esta faixa sobre uma desilusão amorosa no disco Ringo(1973). Chegou ao número 1 das paradas britânica e norte-americana, e conta com arranjo de Jack Nitzsche.

10

“Love Comes to Everyone” - Lançada em 1979, tem guitarra de Eric Clapton – que gravaria sua própria (e muito boa) versão em 2005.

11

“Any Road” - Brainwashed, trabalho póstumo de George Harrison, deixou claro para todo mundo que o músico ainda tinha lindas composições escondidas, como esta.

A Música "Something" de George Harrison

(Na foto,George Harrison e George Martin gravando a parte da orquestra para a música)
"Something" é uma canção composta por George Harrison.A famosa balada de George Harrison, escrita para sua esposa na época, Patti Boyd, é considerada por muitos como o ponto alto do primeiro lado do disco. Ela representou, para críticos, a maturidade de George como compositor, marcada por uma melodia belíssima e pelo famoso estilo de guitarra do "beatle místico" já desenvolvida em "While My Guitar Gently Weeps". Foi escrita durante o White Álbum, e a primeira estrofe foi baseada na música "Something in the Way She Moves" de James Taylor, assinado pela Apple na época. Refinada durante as filmagens de Let It Be, (é possível ver Lennon dando umas dicas de composição para Harrison) a música foi oferecida para Joe Cocker, mas acabaram voltando atrás e gravando a canção. Primeira música de Harrison a ser lado A de um single.McCartney canta essa música com Eric Clapton no Concert for George em 29 de novembro de 2002, 1 ano apóas sua morte. Michael Jackson, que nos anos 80 comprou os direitos das músicas Lennon/McCartney, confidenciou a Harrison que gostaria de ter a balada em seu catálogo.

Período de gravação:

A gravação teve início em 25 de fevereiro de 1969 como demo, e concluída em 19 de agosto de 1969. Dura 3'03".O processo de produção da faixa foi longuíssimo; foram necessários 36 takes até que tudo ficasse ao gosto da banda. Mas o processo tinha começado muito antes das sessões de gravação daquele álbum. George havia composto a música durante as gravações do "White Album", e durante as sessões de "Get Back" (expostas no filme "Let It Be") é possível perceber o grupo ensaiando a canção. O curioso é que um dos solos é feito por Lennon, que normalmente pouco se arriscava a fazer mais que as guitarras base. Há, ainda, a participação de Billy Preston no piano.No dia 11 de julho George Martin produz o take 37 de "Something" (em estéreo). Na realidade foi uma redução do take 36, resultando numa versão com 05min32 segundos. John Lennon & Ringo Starr não apareceram para trabalhar. No dia 15 de Agosto gravam o track orquestral,enquanto George Martin trabalhava nas regências no estúdio um, seus fiéis escudeiros Geoff Emerick, Phill McDonald e Allan Parsons gravavam no estúdio dois. As duas estruturas estavam interligadas não somente por um cabo, mas por um circuito fechado de TV,infelizmente as imagens geradas não foram gravadas para a história. Os quatro Beatles acompanharam atentamente o registro das trilhas orquestrais. George Harrison, por exemplo, ia de um estúdio para o outro, discutindo com George Martin os detalhes que queria em "Something". Ele também se locomovia a todo o momento para a sala de controle do estúdio dois, trabalhando com os técnicos. Na mesma sessão, sentado ao chão do estúdio, Harrison gravou o magistral solo definitivo de "Something".

Componentes:

George Harrison canta e toca guitarra, Paul McCartney toca baixo, Ringo Starr toca bateria e John Lennon toca guitarra. Houve também a participação de instrumentos de orquestra: doze violinos, quatro violas, quatro violoncelos, e um baixo.

Curiosidades:

"Something" foi regravada por Frank Sinatra, que a considerava uma das grandes canções de amor da segunda metade do século XX, e que, ironicamente, atribua a autoria da canção à dupla Lennon/McCartney. È a melhor canção do álbum segundo Lennon e a melhor de George segundo McCartney.
Depois de "Yesterday" é a música mais gravada dos Beatles. Muitos a consideram a melhor composição de Harrison.
O verso inicial da balada, "Something in The Way She Moves" foi tirado da canção, de mesmo nome, de James Taylor. Nesse caso não houve complicações judiciais, já que Harrison e Taylor eram bons amigos e faziam parte da mesma gravadora.

Video promocional:

Neil Aspinall e Derek Taylor bem que tentaram reunir os quatro Beatles para algumas horas de gravações em Abbey Road. Chegaram a contratar uma equipe de filmagem para registrar o que poderia ter sido o promo vídeo para "Something". As gravações jamais aconteceriam porque não foi possível 'juntar' John, Paul, George & Ringo mais uma vez. Como solução, Neil produziu um filme com imagens individuais dos rapazes com suas respectivas esposas. O material capturado em 16mm, foi feito provavelmente nas duas últimas semanas de outubro, e 'pega' os Beatles em casa (John, George e Ringo) e Paul em sua fazenda na Escócia.
McCartney foi o único a dar uma ajudinha na produção. Amarrou uma câmera num trator e colocou o veículo em movimentos circulares, criando certo clima psicodélico. O resultado final foi por ele enviado a Neil Aspinall e aproveitado na mixagem do clipe. No dia 13 de novembro o promo de "Something" foi visto pelos ingleses através do programa Top of the Pops, da TV BBC 1.

sábado, 27 de abril de 2019

George Harrison teria se recusado a receber a Ordem do Império Britânico em 2000

George foi convidado para a honraria em 2000, um ano antes de morrer, em 2001


George Harrison, um dos quatro Beatles, teria se recusado a receber a Ordem do Império Britânico. As informações são do tabloide Daily Mail. De acordo com o jornal, o guitarrista ganharia a honraria em 2000, um ano antes da morte dele.


Segundo conta a matéria, documentos revelam que George havia recusado ingressar na Ordem porque se sentiu ofendido pelo fato do companheiro de banda, Paul McCartney, ter recebido uma honraria maior do que aquela que lhe era oferecida. Macca se tornou sir Paul McCartney em 1997.

O Daily Mail ouviu o jornalista Ray Connolly, que teria conhecido bem o Beatle, e ele afirma que George se sentiu insultado. “Quem quer que tenha decidido oferecer a ele a Ordem do Império Britânico, e não uma posição de cavaleiro, foi extraordinariamente insensível”, disse ele. “George deve ter se sentido insultado. E com uma boa razão.”

terça-feira, 23 de abril de 2019

George Harrison, Vivendo no Mundo Material

O grande diretor Martin Scorcese fez documentário sobre 
a vida do músico mais espiritual dos Beatles

George Harrison, desde os seus 17 anos, foi objeto de uma adoração e fascinação sem fim. Isto aconteceu  desde que ele explodiu na consciência popular como um dos membros da banda mais amada de todos os tempos, os Beatles. Com os Beatles ele viajou por todos os lugares, encontrou-se com todo mundo e conquistou níveis de fama e fortuna apenas sonhados pelo resto de nós, simples mortais. 

Aos 22 anos, ele percebeu que apenas sucesso material só não era suficiente: "Ainda bem jovens, nós tínhamos muitas coisas materiais e nós aprendemos que isto não era suficiente, nós ainda precisávamos de alguma coisa mais". Através da sua amizade com o músico Ravi Shankar e suas viagens pela Índia, George mergulhou de cabeça na música e filosofia indiana. A meditação e a prática espiritual passaram então a ser, para ele, atividades centrais no decorrer do resto de sua vida.

O premiado diretor Martin Scorcese, usando filmagens raras e nunca vistas  mostrando George Harrison desde criança, passando pelo seus anos com os Beatles, mostrando seus altos e baixos na sua carreira solo e também suas alegrias e dores na sua vida privada mostra a sua jornada desde seu nascimento em 1943 até seu falecimento em 2001.
"Quanto mais eu me aprofundava na sua vida e na sua carreira mais eu era atraído pela sua personalidade, de como ele suportava os altos e baixos da sua existência. Acho que, no final, eventualmente ele passou a entender a natureza passageira do sucesso e do fracasso." Comenta filosoficamente diretor Martin Scorcese.
Muito embora o documentário naturalmente tenha o seu lado épico na verdade ele é bem pessoal e, mostra Ringo Starr, Eric Clapton, Paul McCartney, Yoko Ono, Olivia (sua esposa) e Dhani Harrison (seu filho), entre muitos outros entrevistados, comentando livremente sobre suas muitas qualidades e contradições, assim como, relatam como foi a vida que compartilharam com o querido George Harrison. Sua esposa Olivia Harrison comenta: "Ele tinha o Karma para trabalhar e,  ele não queria voltar de novo para ser mau, ele foi bom e mau, amou e odiou, tudo de uma vez só."
"Ele foi um inovador. George, para mim, foi pegando certos elementos do Rhythm and Blues, Rock e Rockabilly e criando algo único" Comenta Eric Claptom. Durante um tempo de profunda experimentação, o trabalho de George como o guitarrista principal dos Beatles realmente destacou-se do resto.  Como compositor das músicas Within You, Without You, While My Guitar Gently Weeps, Something, Here Comes the Sun, entre muitas outras, ele misturou espiritualidade e ritmos da Índia com a música popular.
George era uma pessoa que não tinha medo de tomar riscos, era sempre contra dogmas e convenções. Seu álbum solo chamado All Things Must Pass foi lançado corajosamente no formato triplo,  contou com o sucesso My Sweet Lord e acabou ganhando Disco de Platina. Ele organizou o histórico Concerto para Bangladesh, o primeiro concerto beneficente para tentar ajudar resolver uma crise mundial. Nos anos 80, ele fundou a empresa Handmade Films, um dos fatores principais para a revitalização da industria cinematográfica inglesa. George passou 30 anos restaurando um dos grandes jardins da Inglaterra, o Friar Park. Em todos os aspectos da sua vida profissional e espiritual, até nas suas horas finais George caminhou o caminho traçado por ele mesmo.
Como seu amigo, John Lennon uma vez disse: "George, ele mesmo, não é um mistério. Mas, o mistério lá dentro dele é que é imenso. Observar ele revelando este mistério pouco a pouco é o que é o mais interessante."
O diretor Martin Scorcese comenta
Assim como milhares e milhares  de pessoas, eu primeiro conheci George Harrison através da sua música, que foi a trilha sonora do nosso mundo. Foi com a música dos Beatles, com aquela guitarra lírica, aqueles solos, com aquelas músicas inesquecíveis dele como por exemplo  I Me Mine ou  If I Needed Someone. Tinha também as imagens nas revistas, nas capas dos álbuns, as aparições na TV, etc. Depois, veio o mundo pós Beatles, quando a música do George pareceu crescer e desabrochar como uma flor. Eu nunca me esquecerei a primeira vez que ouvi   All Things Must Pass, aquela sensação transcendente  de estar ouvindo aquela música gloriosa pela primeira vez. Foi como se eu estivesse entrando numa catedral. George estava fazendo música para despertar a espiritualidade nas pessoas, nós todos ouvimos e sentimos isto e, acho que é justamente por isto que ele ocupa um lugar tão especial nas nossas vidas.
Então, quando ofereceram-me a oportunidade de fazer este filme, aceitei imediatamente. Foi um grande prazer passar um tempo com Olivia a esposa do George assim como, entrevistar muitos dos seus amigos mais íntimos, assistir e selecionar todos os filmes, alguns nunca vistos antes, além é claro, de ouvir toda aquela música magnífica, tudo isto foi uma experiência que sempre guardarei como se fosse um tesouro. 

George Harrison - Uma curta biografia
Durante uma carreira que durou 4 décadas, George Harrison ganhou a reputação de ser um dos mais talentosos e influenciais artista do rock. Ele foi guitarrista um inovador e grande compositor, tendo sido responsável por algumas das músicas mais populares dos Beatles tais como, Taxman, While My Guitar Gently Weeps, Here Comes the Sun e Something. Mas, estas contribuições foram só o começo do impacto de George Harrison na música popular pelo mundo afora. Seu uso da citara em músicas como Norwegian Wood, Love You To e Within You, Without Yourevolucionou o rock nos anos 60. A sua jornada espiritual aliada a sua amizade duradoura com Ravi Shankar, um músico de citara virtuoso, ajudou trazer a filosofia, música e religião oriente para o ocidente.
Depois da dissolução dos Beatles em 1970, Harrison embarcou na sua carreira solo tomando decisões corajosas para a época. Como já foi dito acima, seu primeiro álbum foi um álbum triplo chamado All Things Must Pass cujo primeiro compacto chamado My Sweet Lord foi parar diretamente no primeiro lugar das paradas. O álbum acabou vendendo, pasmem, 7 milhões de cópias! Em 1971, debaixo do comando de Ravi Shankar, Harrison organizou o Concerto para Bangladesh, um concerto beneficente para ajuda humanitária à uma nação que tinha sido devastada por desastres naturais e guerra civil.
Concerto para Bangladesh
Este concerto, o primeiro show de rock beneficente onde muitas estrelas do rock se apresentaram, mostrou Harrison como líder no palco com contribuições de seus amigos Shankar, Eric Clapton, Billy Preston, Bob Dylan e Ringo Starr. Em 1974, Harrison formou seu próprio selo Dark Horse Records e, juntamente com Shankar e Preston, fizeram uma turnê de 30 dias pelos Estados Unidos. Harrison continuou lançando álbuns solos de sucesso e também, produzindo outros artistas por todos anos 70.
Em 78, Harrison co-fundou HandMade Films para financiar o filme do Monty Python chamado  Life of Brian. Ele continuou amigo dos "Pythons" pela vida inteira. A produtora HandMade viria a produzir filmes importantes como Withnail and I, Mona Lisa e Time Bandits, ajudando a reativar o filme independente na industria do cinema inglês. Em 2002, sua ajuda ao cinema inglês foi reconhecida com George Harrison recebendo o prêmio póstumo de Lifetime Achievement do British Independent Film.
Em 1987, Harrison voltou ao estrelato com o álbum chamado Cloud Nine.  Este álbum foi produzido por Jeff Lynne, o antigo líder da banda Electric Light Orchestra ( ELO) e contou com o sucesso Got My Mind Set On You. Este álbum, pelas suas vendas astronômicas, também acabou recebendo Disco de Platina. Esta colaboração com Jeff Lynne inspirou Harrison à formar a banda Traveling Wilburys com Jeff Lynne seus outros amigos, não menos lendários, Bob Dylan, Tom Petty, e Roy Orbison. A Banda Traveling Wilburys gravou dois álbuns de sucesso e onde destacaram-se as músicas Handle With Care e End of the Line.
Em 1991 Harrison voltou rapidamente para a estrada, fazendo uma turnê pelo Japão com Eric Clapton e lançando o álbum Live In Japan em 1992.
Fora seu trabalho com música e filme, George Harrison gostava de passar seu tempo com sua esposa Olivia e seu filho Dhani. Depois de uma vida vivida no meio das artes e cheia de experiências espirituais ele faleceu em 2001.
Nota do Barbieri: George Harrison quase que terminou como John Lennon quando alguém invadiu sua casa e o esfaqueou. Apenas menciono este fato para que os puristas de plantão não venham lembrar este fato lamentável e que, claramente é totalmente ofuscado pela vida exemplar e pacífica deste grande artista.
Antonio Celso Barbieri
O lançamento do filme Living In The Material World pela Motherlode Media on Vimeo.


Marco Antonio Mallagoli e George Harrison

Barbieri entrevista Marco Antonio Mallagoli
(Revolution Fan Club) 
sobre seu encontro com George Harrison

Barbieri: Quando, onde e como foi que você conseguiu esta façanha de conversar com George Harisson?
Mallagoli: Conheci George pessoalmente em fevereiro de 1979 quando ele veio para o Brasil para assistir O Grande Premio de Formula 1. Na época, sempre no saguão do Hilton Hotel, falei com ele 8 vezes e peguei vários autógrafos.
Depois disso, passei uma tarde com ele em Los Angeles, na casa da Annie Lennox, onde ele estava gravando o disco da banda Traveling Wilburys (apenas os demos com Roy Orbison, Bob Dylan, Tom Petty e Jeff Lynne). Foi no dia 25 de maio de 1987. Recordo-me bem desta data porque foi o dia do aniversário da minha esposa Méa.
Tudo aconteceu como resultado de uma promoção que a WEA Brasil queria fazer. Dei a idéia de passar uma tarde com ele na casa dele. A idéia seria eu ir com mais alguém.
Entretanto a WEA Brasil junto a  radio Jovem Pan, tentaram me passar a perna e quiseram fazer a promoção sem a minha participação. No final, deu tudo errado e eles vieram correndo atrás de mim, dai eu fui. (maiores detalhes e toda a historia estará em meu futuro livro).
Barbieri: Quanto tempo você ficou com ele?
Mallagoli: Nesse dia uma tarde inteira, acho que umas 6 ou 7 horas no mínimo.
Barbieri: Você teve a oportunidade de ficar sozinho com ele ou tinha outras pessoas com você.
Mallagoli: O vice presidente da Warner do USA levou-me ate lá e depois foi me buscar. Ficamos só eu e ele. E quando ele foi me buscar ele levou a secretaria dele que tirou algumas fotos minhas juntamente com o George.
O incrível foi que, no hotel em que eu estava hospedado, neste dia, acabei jantando com o, não menos lendário, B.B. King... foi muita coisa para um dia só!

Barbieri: Você teve alguma orientação antes de falar com ele, você foi instruído no sentido do que poderia perguntar ou não?
Mallagoli: Sim, não poderia perguntar nada sobre os Beatles, nem sobre a morte de John Lennon. Só poderia  perguntar sobre o disco dele o "Cloud Nine" ou sobre a carreira solo dele. No final, mesmo sem eu perguntar, ele acabou me contando historias dos Beatles. George Harrison foi muito aberto e simpático.
Barbieri: Você sentiu alguma coisa mística na presença dele ou ele mostrou-se um ser humano absolutamente normal?
Mallagoli: Sim ele tinha uma energia pessoal muito forte, você repara e sente quando está na frente de pessoas especiais e iluminadas. Na verdade, este tipo de energia eu senti quando encontrei cada um dos Beatles separadamente, mas a dele, tenho que admitir que foi algo mais espiritual, ainda mais, como sou espírita senti isso bem forte.
Barbieri: Ele falou alguma coisa da Índia e espiritualismo?
Mallagoli: Não, só sobre musica. George tocou guitarra e cantou pra mim, me levou a um estúdio nos fundos da casa onde ele tocou alguns "demos" da banda Traveling Wilburys, mas sem dizer quem era e o que era, apenas para saber se eu gostava. Lógico que amei. Ele também rodou o vídeo da musica "This is Love" que faz parte do disco "Cloud Nine" e que eu não conhecia ainda. Foram momentos surreais, pois eu olhava aquela imensa TV e via ele no clipe e ele sentado ali do meu lado. Toda vez que vejo esse clipe ate hoje eu sinto isto de novo.
O engraçado é que Ravi Shankar ligou e eles conversaram brevemente. No meio da conversa ele disse que estava com um amigo e falou meu nome. Então ele virou para mim e disse: "O Ravi esta mandando um abraço a você". E eu como se fosse velho e intimo deles, disse: "Mande outro para ele". Durante o telefonema, Ele combinou de ir a noite no show que o Ravi ia fazer em Los Angeles e desligou. Esse foi o único momento que ele falou de algo ligado a Índia.
Barbieri: Ele comentou algo sobre a sua relação com os outros 3 Beatles?
Mallagoli: Sim, ele contou historias sobre eles em Hamburgo, algumas coisas de shows e alguns detalhes de discussões sobre arranjo de musicas, das gravações dos filmes, mas tudo no maior bom humor.
Ele falou do John Lennon como uma pessoa muito especial e que tudo que eles viveram parecia ter sido um belo sonho, mas que ele não gostaria de repetir tudo aquilo.
Quando entrei na casa, havia pelo menos umas 20 guitarras Gretsch espalhadas pelo chão.... até então, só havia visto uma na casa do Marcus Rampazzo (guitarrista da banda Beatles 4 Ever). Quando entramos na casa, George Harrison não havia descido ainda e eu peguei uma das guitarras na mão. Isto aconteceu bem na hora que George chegou. Preparei-me para levar uma bronca, mas ele nem ligou, só perguntou se eu gostava de guitarras.
Depois de um tempo que estávamos juntos, eu toquei pra ele uma fita K7 com gravações de solos de guitarra slide que ele havia feito em diversas músicas, mas agora gravados pelo Marcus Rampazzo. Ele sentou-se em uma poltrona, pegou uma guitarra e ficou escutando e comentando.
No inicio, ele me perguntou se não era de nenhum disco pirata dele, e eu expliquei a ele sobre o Rampazzo e ele ouviu a fita com bastante atenção e no final fez um elogio ao Rampazzo que eu gravei. Na musica "Isn´t it a Pity" ele não lembrava o tom e quando eu disse que era em Sol, ele me perguntou se eu queria pegar a  guitarra e tocar, mas bobeei e disse que não, não tive coragem de tocar na frente dele.
Ele havia tocado no "Princes Trust" recentemente e no vídeo que eu vi, ele usava uma guitarra Gibson Les Paul, semelhante a usada na gravação da música "While My Guitar Gently Weeps" usada pelo Eric Clapton que só tocou nessa música com os Beatles, em mais nenhuma outra e que, depois da gravação deu a guitarra para o George, e quando perguntei se era a mesma guitarra, ele me disse que ele havia usado uma Fender no show.... Não quis discutir com ele, lógico....he he he... pareceu que a memória recente dele não era muito boa. 

Barbieri: Você tirou alguma foto junto com ele?
Mallagoli: Sim várias, antes de ir embora. Tirei algumas fotos dele e ele tirou uma foto minha segurando uma guitarra Gretsch dele. Foi a glória para mim.

Barbieri: Esta foi a única vez que você falou com ele?
Mallagoli: Não eu já havia conversado com ele em São Paulo quando ele veio para ver a corrida de Formula 1, mas dessa vez foi mais sossegado, pois não tinha gritaria, nem correria e estávamos só nos dois.

Barbieri: Fora a evidente emoção de estar do lado de uma lenda viva, qual foram as suas impressões deste encontro? Que memórias (boas e ruins) você guarda até hoje do George?
Mallagoli: Ele foi muito simpático e logo que me viu, falou: "Eu te conheço". Dai me apresentei e ele lembrou-se de mim. Eu queria gravar tudo que falávamos mas, ele me disse: "Você não precisa fazer isso pois nós somos amigos. Você gostaria que eu fosse te visitar e ficasse gravando e fotografando tudo que nós fizéssemos? Pois se sinta a vontade aqui, como um amigo meu. E foi o que aconteceu, ele me deixou à vontade para falar, rir, perguntar e quando eu perguntei: "E quando eu quiser falar com você de novo?" Ele me respondeu:" Vou te dar meus contatos, mas o mais fácil é você ligar para a Warner e eles te dizem onde estou, vou deixar seu nome na minha lista de amigos".
E dai ele me passou até o telefone da casa dele e outros, mas nunca tive coragem de ligar, só o fiz quando ele estava terminal com câncer, ha dez anos atrás, mas ninguém atendeu. Então, como ele havia me instruído, liguei pra Warner, e a pessoa que conversou comigo, foi super simpática e me passou um outro número e me pediu para ligar dali a uns 40 minutos. Quando liguei falei com Olivia, sua esposa, que, agradeceu minha ligação mas, disse que George não tinha condições de falar comigo, mas que ele lembrava de mim e que era para eu e os fãs dele rezarem muito por ele pois ele não iria muito longe. No dia seguinte tive a noticia da passagem dele.
Por incrível que pareça ate hoje os Beatles nunca me decepcionaram, todos foram muito atenciosos como pessoas, foram sempre muito simples e  muito bacanas comigo. Não tenho de nenhum deles nenhuma memória ruim.O grande diretor Martin Scorcese fez documentário sobre 
a vida do músico mais espiritual dos Beatles

George Harrison, desde os seus 17 anos, foi objeto de uma adoração e fascinação sem fim. Isto aconteceu  desde que ele explodiu na consciência popular como um dos membros da banda mais amada de todos os tempos, os Beatles. Com os Beatles ele viajou por todos os lugares, encontrou-se com todo mundo e conquistou níveis de fama e fortuna apenas sonhados pelo resto de nós, simples mortais. 

Aos 22 anos, ele percebeu que apenas sucesso material só não era suficiente: "Ainda bem jovens, nós tínhamos muitas coisas materiais e nós aprendemos que isto não era suficiente, nós ainda precisávamos de alguma coisa mais". Através da sua amizade com o músico Ravi Shankar e suas viagens pela Índia, George mergulhou de cabeça na música e filosofia indiana. A meditação e a prática espiritual passaram então a ser, para ele, atividades centrais no decorrer do resto de sua vida.

O premiado diretor Martin Scorcese, usando filmagens raras e nunca vistas  mostrando George Harrison desde criança, passando pelo seus anos com os Beatles, mostrando seus altos e baixos na sua carreira solo e também suas alegrias e dores na sua vida privada mostra a sua jornada desde seu nascimento em 1943 até seu falecimento em 2001.
"Quanto mais eu me aprofundava na sua vida e na sua carreira mais eu era atraído pela sua personalidade, de como ele suportava os altos e baixos da sua existência. Acho que, no final, eventualmente ele passou a entender a natureza passageira do sucesso e do fracasso." Comenta filosoficamente diretor Martin Scorcese.
Muito embora o documentário naturalmente tenha o seu lado épico na verdade ele é bem pessoal e, mostra Ringo Starr, Eric Clapton, Paul McCartney, Yoko Ono, Olivia (sua esposa) e Dhani Harrison (seu filho), entre muitos outros entrevistados, comentando livremente sobre suas muitas qualidades e contradições, assim como, relatam como foi a vida que compartilharam com o querido George Harrison. Sua esposa Olivia Harrison comenta: "Ele tinha o Karma para trabalhar e,  ele não queria voltar de novo para ser mau, ele foi bom e mau, amou e odiou, tudo de uma vez só."
"Ele foi um inovador. George, para mim, foi pegando certos elementos do Rhythm and Blues, Rock e Rockabilly e criando algo único" Comenta Eric Claptom. Durante um tempo de profunda experimentação, o trabalho de George como o guitarrista principal dos Beatles realmente destacou-se do resto.  Como compositor das músicas Within You, Without You, While My Guitar Gently Weeps, Something, Here Comes the Sun, entre muitas outras, ele misturou espiritualidade e ritmos da Índia com a música popular.
George era uma pessoa que não tinha medo de tomar riscos, era sempre contra dogmas e convenções. Seu álbum solo chamado All Things Must Pass foi lançado corajosamente no formato triplo,  contou com o sucesso My Sweet Lord e acabou ganhando Disco de Platina. Ele organizou o histórico Concerto para Bangladesh, o primeiro concerto beneficente para tentar ajudar resolver uma crise mundial. Nos anos 80, ele fundou a empresa Handmade Films, um dos fatores principais para a revitalização da industria cinematográfica inglesa. George passou 30 anos restaurando um dos grandes jardins da Inglaterra, o Friar Park. Em todos os aspectos da sua vida profissional e espiritual, até nas suas horas finais George caminhou o caminho traçado por ele mesmo.
Como seu amigo, John Lennon uma vez disse: "George, ele mesmo, não é um mistério. Mas, o mistério lá dentro dele é que é imenso. Observar ele revelando este mistério pouco a pouco é o que é o mais interessante."
O diretor Martin Scorcese comenta
Assim como milhares e milhares  de pessoas, eu primeiro conheci George Harrison através da sua música, que foi a trilha sonora do nosso mundo. Foi com a música dos Beatles, com aquela guitarra lírica, aqueles solos, com aquelas músicas inesquecíveis dele como por exemplo  I Me Mine ou  If I Needed Someone. Tinha também as imagens nas revistas, nas capas dos álbuns, as aparições na TV, etc. Depois, veio o mundo pós Beatles, quando a música do George pareceu crescer e desabrochar como uma flor. Eu nunca me esquecerei a primeira vez que ouvi   All Things Must Pass, aquela sensação transcendente  de estar ouvindo aquela música gloriosa pela primeira vez. Foi como se eu estivesse entrando numa catedral. George estava fazendo música para despertar a espiritualidade nas pessoas, nós todos ouvimos e sentimos isto e, acho que é justamente por isto que ele ocupa um lugar tão especial nas nossas vidas.
Então, quando ofereceram-me a oportunidade de fazer este filme, aceitei imediatamente. Foi um grande prazer passar um tempo com Olivia a esposa do George assim como, entrevistar muitos dos seus amigos mais íntimos, assistir e selecionar todos os filmes, alguns nunca vistos antes, além é claro, de ouvir toda aquela música magnífica, tudo isto foi uma experiência que sempre guardarei como se fosse um tesouro. 

George Harrison - Uma curta biografia
Durante uma carreira que durou 4 décadas, George Harrison ganhou a reputação de ser um dos mais talentosos e influenciais artista do rock. Ele foi guitarrista um inovador e grande compositor, tendo sido responsável por algumas das músicas mais populares dos Beatles tais como, Taxman, While My Guitar Gently Weeps, Here Comes the Sun e Something. Mas, estas contribuições foram só o começo do impacto de George Harrison na música popular pelo mundo afora. Seu uso da citara em músicas como Norwegian Wood, Love You To e Within You, Without Yourevolucionou o rock nos anos 60. A sua jornada espiritual aliada a sua amizade duradoura com Ravi Shankar, um músico de citara virtuoso, ajudou trazer a filosofia, música e religião oriente para o ocidente.
Depois da dissolução dos Beatles em 1970, Harrison embarcou na sua carreira solo tomando decisões corajosas para a época. Como já foi dito acima, seu primeiro álbum foi um álbum triplo chamado All Things Must Pass cujo primeiro compacto chamado My Sweet Lord foi parar diretamente no primeiro lugar das paradas. O álbum acabou vendendo, pasmem, 7 milhões de cópias! Em 1971, debaixo do comando de Ravi Shankar, Harrison organizou o Concerto para Bangladesh, um concerto beneficente para ajuda humanitária à uma nação que tinha sido devastada por desastres naturais e guerra civil.
Concerto para Bangladesh
Este concerto, o primeiro show de rock beneficente onde muitas estrelas do rock se apresentaram, mostrou Harrison como líder no palco com contribuições de seus amigos Shankar, Eric Clapton, Billy Preston, Bob Dylan e Ringo Starr. Em 1974, Harrison formou seu próprio selo Dark Horse Records e, juntamente com Shankar e Preston, fizeram uma turnê de 30 dias pelos Estados Unidos. Harrison continuou lançando álbuns solos de sucesso e também, produzindo outros artistas por todos anos 70.
Em 78, Harrison co-fundou HandMade Films para financiar o filme do Monty Python chamado  Life of Brian. Ele continuou amigo dos "Pythons" pela vida inteira. A produtora HandMade viria a produzir filmes importantes como Withnail and I, Mona Lisa e Time Bandits, ajudando a reativar o filme independente na industria do cinema inglês. Em 2002, sua ajuda ao cinema inglês foi reconhecida com George Harrison recebendo o prêmio póstumo de Lifetime Achievement do British Independent Film.
Em 1987, Harrison voltou ao estrelato com o álbum chamado Cloud Nine.  Este álbum foi produzido por Jeff Lynne, o antigo líder da banda Electric Light Orchestra ( ELO) e contou com o sucesso Got My Mind Set On You. Este álbum, pelas suas vendas astronômicas, também acabou recebendo Disco de Platina. Esta colaboração com Jeff Lynne inspirou Harrison à formar a banda Traveling Wilburys com Jeff Lynne seus outros amigos, não menos lendários, Bob Dylan, Tom Petty, e Roy Orbison. A Banda Traveling Wilburys gravou dois álbuns de sucesso e onde destacaram-se as músicas Handle With Care e End of the Line.
Em 1991 Harrison voltou rapidamente para a estrada, fazendo uma turnê pelo Japão com Eric Clapton e lançando o álbum Live In Japan em 1992.
Fora seu trabalho com música e filme, George Harrison gostava de passar seu tempo com sua esposa Olivia e seu filho Dhani. Depois de uma vida vivida no meio das artes e cheia de experiências espirituais ele faleceu em 2001.
Nota do Barbieri: George Harrison quase que terminou como John Lennon quando alguém invadiu sua casa e o esfaqueou. Apenas menciono este fato para que os puristas de plantão não venham lembrar este fato lamentável e que, claramente é totalmente ofuscado pela vida exemplar e pacífica deste grande artista.
Antonio Celso Barbieri
O lançamento do filme Living In The Material World pela Motherlode Media on Vimeo.


Marco Antonio Mallagoli e George Harrison

Barbieri entrevista Marco Antonio Mallagoli
(Revolution Fan Club) 
sobre seu encontro com George Harrison

Barbieri: Quando, onde e como foi que você conseguiu esta façanha de conversar com George Harisson?
Mallagoli: Conheci George pessoalmente em fevereiro de 1979 quando ele veio para o Brasil para assistir O Grande Premio de Formula 1. Na época, sempre no saguão do Hilton Hotel, falei com ele 8 vezes e peguei vários autógrafos.
Depois disso, passei uma tarde com ele em Los Angeles, na casa da Annie Lennox, onde ele estava gravando o disco da banda Traveling Wilburys (apenas os demos com Roy Orbison, Bob Dylan, Tom Petty e Jeff Lynne). Foi no dia 25 de maio de 1987. Recordo-me bem desta data porque foi o dia do aniversário da minha esposa Méa.
Tudo aconteceu como resultado de uma promoção que a WEA Brasil queria fazer. Dei a idéia de passar uma tarde com ele na casa dele. A idéia seria eu ir com mais alguém.
Entretanto a WEA Brasil junto a  radio Jovem Pan, tentaram me passar a perna e quiseram fazer a promoção sem a minha participação. No final, deu tudo errado e eles vieram correndo atrás de mim, dai eu fui. (maiores detalhes e toda a historia estará em meu futuro livro).
Barbieri: Quanto tempo você ficou com ele?
Mallagoli: Nesse dia uma tarde inteira, acho que umas 6 ou 7 horas no mínimo.
Barbieri: Você teve a oportunidade de ficar sozinho com ele ou tinha outras pessoas com você.
Mallagoli: O vice presidente da Warner do USA levou-me ate lá e depois foi me buscar. Ficamos só eu e ele. E quando ele foi me buscar ele levou a secretaria dele que tirou algumas fotos minhas juntamente com o George.
O incrível foi que, no hotel em que eu estava hospedado, neste dia, acabei jantando com o, não menos lendário, B.B. King... foi muita coisa para um dia só!

Barbieri: Você teve alguma orientação antes de falar com ele, você foi instruído no sentido do que poderia perguntar ou não?
Mallagoli: Sim, não poderia perguntar nada sobre os Beatles, nem sobre a morte de John Lennon. Só poderia  perguntar sobre o disco dele o "Cloud Nine" ou sobre a carreira solo dele. No final, mesmo sem eu perguntar, ele acabou me contando historias dos Beatles. George Harrison foi muito aberto e simpático.
Barbieri: Você sentiu alguma coisa mística na presença dele ou ele mostrou-se um ser humano absolutamente normal?
Mallagoli: Sim ele tinha uma energia pessoal muito forte, você repara e sente quando está na frente de pessoas especiais e iluminadas. Na verdade, este tipo de energia eu senti quando encontrei cada um dos Beatles separadamente, mas a dele, tenho que admitir que foi algo mais espiritual, ainda mais, como sou espírita senti isso bem forte.
Barbieri: Ele falou alguma coisa da Índia e espiritualismo?
Mallagoli: Não, só sobre musica. George tocou guitarra e cantou pra mim, me levou a um estúdio nos fundos da casa onde ele tocou alguns "demos" da banda Traveling Wilburys, mas sem dizer quem era e o que era, apenas para saber se eu gostava. Lógico que amei. Ele também rodou o vídeo da musica "This is Love" que faz parte do disco "Cloud Nine" e que eu não conhecia ainda. Foram momentos surreais, pois eu olhava aquela imensa TV e via ele no clipe e ele sentado ali do meu lado. Toda vez que vejo esse clipe ate hoje eu sinto isto de novo.
O engraçado é que Ravi Shankar ligou e eles conversaram brevemente. No meio da conversa ele disse que estava com um amigo e falou meu nome. Então ele virou para mim e disse: "O Ravi esta mandando um abraço a você". E eu como se fosse velho e intimo deles, disse: "Mande outro para ele". Durante o telefonema, Ele combinou de ir a noite no show que o Ravi ia fazer em Los Angeles e desligou. Esse foi o único momento que ele falou de algo ligado a Índia.
Barbieri: Ele comentou algo sobre a sua relação com os outros 3 Beatles?
Mallagoli: Sim, ele contou historias sobre eles em Hamburgo, algumas coisas de shows e alguns detalhes de discussões sobre arranjo de musicas, das gravações dos filmes, mas tudo no maior bom humor.
Ele falou do John Lennon como uma pessoa muito especial e que tudo que eles viveram parecia ter sido um belo sonho, mas que ele não gostaria de repetir tudo aquilo.
Quando entrei na casa, havia pelo menos umas 20 guitarras Gretsch espalhadas pelo chão.... até então, só havia visto uma na casa do Marcus Rampazzo (guitarrista da banda Beatles 4 Ever). Quando entramos na casa, George Harrison não havia descido ainda e eu peguei uma das guitarras na mão. Isto aconteceu bem na hora que George chegou. Preparei-me para levar uma bronca, mas ele nem ligou, só perguntou se eu gostava de guitarras.
Depois de um tempo que estávamos juntos, eu toquei pra ele uma fita K7 com gravações de solos de guitarra slide que ele havia feito em diversas músicas, mas agora gravados pelo Marcus Rampazzo. Ele sentou-se em uma poltrona, pegou uma guitarra e ficou escutando e comentando.
No inicio, ele me perguntou se não era de nenhum disco pirata dele, e eu expliquei a ele sobre o Rampazzo e ele ouviu a fita com bastante atenção e no final fez um elogio ao Rampazzo que eu gravei. Na musica "Isn´t it a Pity" ele não lembrava o tom e quando eu disse que era em Sol, ele me perguntou se eu queria pegar a  guitarra e tocar, mas bobeei e disse que não, não tive coragem de tocar na frente dele.
Ele havia tocado no "Princes Trust" recentemente e no vídeo que eu vi, ele usava uma guitarra Gibson Les Paul, semelhante a usada na gravação da música "While My Guitar Gently Weeps" usada pelo Eric Clapton que só tocou nessa música com os Beatles, em mais nenhuma outra e que, depois da gravação deu a guitarra para o George, e quando perguntei se era a mesma guitarra, ele me disse que ele havia usado uma Fender no show.... Não quis discutir com ele, lógico....he he he... pareceu que a memória recente dele não era muito boa. 

Barbieri: Você tirou alguma foto junto com ele?
Mallagoli: Sim várias, antes de ir embora. Tirei algumas fotos dele e ele tirou uma foto minha segurando uma guitarra Gretsch dele. Foi a glória para mim.

Barbieri: Esta foi a única vez que você falou com ele?
Mallagoli: Não eu já havia conversado com ele em São Paulo quando ele veio para ver a corrida de Formula 1, mas dessa vez foi mais sossegado, pois não tinha gritaria, nem correria e estávamos só nos dois.

Barbieri: Fora a evidente emoção de estar do lado de uma lenda viva, qual foram as suas impressões deste encontro? Que memórias (boas e ruins) você guarda até hoje do George?
Mallagoli: Ele foi muito simpático e logo que me viu, falou: "Eu te conheço". Dai me apresentei e ele lembrou-se de mim. Eu queria gravar tudo que falávamos mas, ele me disse: "Você não precisa fazer isso pois nós somos amigos. Você gostaria que eu fosse te visitar e ficasse gravando e fotografando tudo que nós fizéssemos? Pois se sinta a vontade aqui, como um amigo meu. E foi o que aconteceu, ele me deixou à vontade para falar, rir, perguntar e quando eu perguntei: "E quando eu quiser falar com você de novo?" Ele me respondeu:" Vou te dar meus contatos, mas o mais fácil é você ligar para a Warner e eles te dizem onde estou, vou deixar seu nome na minha lista de amigos".
E dai ele me passou até o telefone da casa dele e outros, mas nunca tive coragem de ligar, só o fiz quando ele estava terminal com câncer, ha dez anos atrás, mas ninguém atendeu. Então, como ele havia me instruído, liguei pra Warner, e a pessoa que conversou comigo, foi super simpática e me passou um outro número e me pediu para ligar dali a uns 40 minutos. Quando liguei falei com Olivia, sua esposa, que, agradeceu minha ligação mas, disse que George não tinha condições de falar comigo, mas que ele lembrava de mim e que era para eu e os fãs dele rezarem muito por ele pois ele não iria muito longe. No dia seguinte tive a noticia da passagem dele.
Por incrível que pareça ate hoje os Beatles nunca me decepcionaram, todos foram muito atenciosos como pessoas, foram sempre muito simples e  muito bacanas comigo. Não tenho de nenhum deles nenhuma memória ruim.

terça-feira, 16 de abril de 2019

George Harrison, o beatle que aproximou Ocidente e Oriente com sua música

O beatle quieto. O tímido. O místico. Aquele que é apontado por muitos como o ponto de equilíbrio dos Beatles, responsável por fazer a conexão entre a “banda Lennon e McCartney” e o periférico Ringo Starr. Instrumentista habilidoso, George Harrison conquistou inúmeros fãs ao redor do mundo com músicas que falavam de amor, espiritualidade e, por vezes, que faziam críticas sociais contundentes. Além disso, foi precursor da união musical entre Oriente e Ocidente ao incluir elementos da música indiana no rock’n’roll, inaugurando o que, hoje, é chamado de world music. Também era apaixonado por jardinagem e Fórmula 1. E foi justamente ela a responsável pela vinda do primeiro ex-beatle ao Brasil, em 1979. Amigo de Emerson Fittipaldi, Harrison esteve em Interlagos para acompanhar o Grande Prêmio do Brasil, sendo o primeiro beatle a pisar em terras brasileiras.
George Harold Harrison, caçula de quatro filhos do casal Harold e Louise Harrison, nasceu em 25 de fevereiro de 1943, na mesma Liverpool dos futuros colegas de banda. O contato com a universo musical veio ainda na infância. Seus pais eram apaixonados por música e, por isso, era comum que em sua casa houvesse sempre um LP na vitrola, ou o rádio sintonizado em alguma estação. A família ouvia big bands, standards americanos e o skiffle, uma espécie de música folk influenciada pelo jazz e pelo blues, muito popular entre os jovens britânicos na década de 1950.

George Harrison ganhou seu primeiro violão aos 12 anos, um instrumento usado, adquirido por 3 libras e 10 xelins, valor que, para os Harrison - uma família de origem bastante modesta - era significativo. Influenciado pelo skiffle de Lonnie Donegan e, posteriormente, pelo rock de Elvis Presley, Harrison começou a se dedicar ao violão e à guitarra, revelando-se um músico extremamente talentoso. Foi, inclusive, considerado o melhor violonista do colégio onde estudava, o Liverpool Institute for Boys, e atraiu a atenção de um colega, que o convidou para fazer um teste na banda em que tocava. O colega chamava-se Paul McCartney e a banda, Quarrymen. Assim, em 1958, foi apresentado ao líder, John Lennon, que aprovou sua entrada no grupo, apesar de achá-lo novo demais, pois tinha apenas 15 anos, enquanto John estava com 17 e Paul, 16. Estava formado, assim, o embrião daquela que seria considerada a maior banda de música pop de todos os tempos: The Beatles.
Como beatle, George Harrison gravou 13 discos, alternando-se entre guitarra, violão e vocais, além de também compor. No entanto, o fato de ser o mais novo do quarteto fez com que Harrison fosse visto por Lennon e McCartney como uma espécie de irmão caçula, que não era levado muito a sério. Isso ajuda a explicar a dificuldade que ele teve, durante toda a trajetória da banda, de colocar suas composições nos álbuns. De 1963, quando foi lançado “Please please me”, ao derradeiro “Let it be”, em 1970, Harrison teve apenas 22 músicas gravadas pelos Fab Four, pouco mais de 10% no universo de 194 canções da discografia oficial. Além disso, suas músicas eram relegadas ao lado B dos compactos. George Harrison só colocou uma composição sua no lado A de um compacto em 1969, quando os Beatles já estavam em seus momentos finais. A música foi “Something”, que, até hoje, é um dos maiores sucessos da banda e considerada a mais bela canção de Harrison, além de ser a segunda música dos Beatles mais regravada da história, perdendo, apenas, para “Yesterday”.
Apesar da resistência dos companheiros de banda, George Harrison deixou sua marca na história dos Beatles. Ele é a mente por trás de grandes sucessos como “Taxman”, “Here comes the sun” e “While my guitar gently weeps”. Em 1965, Harrison foi apresentado à música e filosofia indianas pelo músico americano David Crosby. Nesse mesmo ano, conheceu a obra do músico indiano Ravi Shankar, de quem se tornaria amigo, considerando-o uma espécie de guru, e cujo trabalho o influenciaria pelo restante de sua carreira. A partir daí, Harrison passou a incluir elementos da música indiana em composições dos Beatles como “Norwegian wood”, “Love you to” e “Within you without you”. A introdução da musicalidade oriental inaugurou a era psicodélica da banda, marcada por arranjos mais rebuscados, letras mais ousadas e complexas, iniciando, com isso, a fase mais criativa do grupo.

O fim dos Beatles representou o início da carreira solo de George Harrison, embora o músico tenha, em 1968, gravado a trilha sonora do filme “Wonderwall”, do cineasta francês Gérard Brach, tornando-o primeiro beatle a gravar um trabalho paralelo à banda. Após o fim oficial do grupo, em abril de 1970, Harrison entrou em estúdio e, sete meses depois, lançou “All things must pass”, o primeiro álbum triplo de um artista solo na história da música. A edição do GLOBO de 30 de novembro de 1970 definiu-o como "um lançamento brilhante da Apple Records”. O álbum, um enorme sucesso de público e crítica, trazia “My sweet lord”, até hoje uma das mais conhecidas de Harrison e que acabou por colocá-lo no centro de uma polêmica: ele foi acusado de ter plagiado a música “He’s so fine”, do grupo americano The Chiffons, que levou a questão aos tribunais. O ex-beatle foi processado e perdeu, sendo condenado a pagar mais de US$ 6 milhões de indenização.
O que realmente incomodou George Harrison no episódio não foi o pagamento da multa, mas sim o rótulo de plagiador que lhe foi atribuído, uma agressão à sua idoneidade musical e moral. O episódio foi satirizado na música “This song”, de 1976, cujo clipe mostra Harrison defendendo-se em um tribunal. Em entrevista ao GLOBO, em 25 de janeiro de 1977, o artista fala sobre o assunto:
- Realmente, tem uma canção chamada “This song”, que eu escrevi logo após ser processado; você tem que passar por isso para saber o que é. Sofri demais durante o processo (...) Realmente conseguimos esclarecer tudo, e estou feliz por poder continuar a minha vida, minhas gravações, minha carreira (...) O futuro e tudo o mais me parece muito bom.

E o futuro, de fato, foi generoso com George Harrison na vida após os Beatles. Em 1971, o cantor subiu ao palco do Madison Square Garden, em Nova York, em um show beneficente em prol dos refugiados de Bangladesh. A apresentação ficou conhecida como Concerto para Bangladesh (The Concert for Bangladesh) e inaugurou a filantropia em escala global, inspirando eventos do tipo, como o Live Aid, realizado em 1985. O concerto também fez de George Harrison o primeiro beatle a subir ao palco após o fim oficial da banda.

O músico lançou mais oito discos: “Living in the material world” (1973), “Dark horse” (1974), “Extra texture - read all about it” (1975), “Thirty three & 1/3” (1976), “George Harrison” (1979), “Gone troppo” (1982), “Somewhere in England” (1982), “Cloud nine” (1988) e Brainwashed, lançado postumamente, em 2002. Além disso, no final dos anos 1980, George Harrison juntou-se a outros quatro grandes nomes da música - Bob Dylan, Jeff Lynne, Tom Petty e Roy Orbison - e criou o supergrupo Traveling Wilburys, com o qual lançou dois discos: Volume 1, em 1988, e Volume 3, em 1990, já sem a presença de Roy Orbison, falecido em 1988. Em 2001, Harrison surpreendeu os fãs brasileiros ao gravar uma versão em inglês da música “Anna Júlia”, do grupo Los Hermanos , com o músico Jim Capaldi, ex-baterista da banda Traffic.
Se, na época dos Beatles, George Harrison viveu sob a sombra de Lennon e McCartney, em Hollywood nenhum outro beatle foi tão presente ou fez tanto sucesso quanto ele. Fã do grupo inglês Monty Python, Harrison produziu alguns de seus filmes mais famosos, como “A vida de Brian”, em 1979, no qual também atuou. Mas também fez a trilha sonora e uma participação no filme “Shanghai surprise”, do cineasta inglês Jim Goddard, em 1986. O filme, entretanto, foi um grande fracasso de bilheteria e de crítica, sendo indicado ao prêmio Framboesa de Ouro em todas as categorias possíveis, inclusive na de “Pior canção original”.

Em 1997, George Harrison foi diagnosticado com câncer na laringe. Submeteu-se ao tratamento de radioterapia e o tumor desapareceu. No entanto, após um atentato sofrido em 30 de dezembro de 1999, quando um homem com transtornos mentais invadiu sua mansão de Friar Park, em Oxfordshire, na Inglaterra, e o esfaqueou, Harrison ficou muito abalado. Em 2001, o câncer voltou de forma irreversível e, em 29 de novembro, confortado pela esposa Olívia - com quem se casara em 1978 -, pelo único filho, Dhani, e por alguns amigos próximos, o ex-beatle morreu. Sua despedida foi de forma discreta, mas ao mesmo tempo forte, como sua própria existência. O cantor foi cremado em uma cerimônia hare krishna em Los Angeles e suas cinzas levadas para a Índia, onde teriam sido jogadas no rio Ganges.

Texto: Natasha Correa Lima
Fonte: O Globo

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Jardim memorial em homenagem a George Harrison.

Um jardim memorial em homenagem ao ex-Beatle (The George Harrison Memorial Garden), que fica em Bhaktivedanta Manor, local próximo a Watford (cidade a 32 quilômetros de Londres), está agora aberto ao público.

O ex-Beatle - que faleceu em 2001 - doou o local, anteriormente conhecido como Piggots Manor, para a Sociedade Internacional da Consciência de Krishna, em 1973, depois de se tornar um seguidor da religião Hare Krishna. Após a morte de Harrison, um jardim foi criado em sua memória, porém era fechado ao público. Sua viúva Olivia Harrison declarou: "Eu sou grata aos devotos por homenagear George na forma de um jardim. Uma manifestação no mundo material de que ele estaria muito orgulhoso." (fazendo referência a canção de George "Living In The Material World").

"Estou muito contente e honrado por abrir o jardim comemorativo de George Harrison em Bhaktivedanta Manor e que o público possa compartilhar o grande amor de George pela jardinagem e pela profunda espiritualidade."

O líder do templo Hare Krishna Gauri Das acrescentou: "Há uma profunda espiritualidade nas letras de George Harrison, algumas através de metáforas e outras mais diretas. O jardim reflete sua jornada espiritual, é algo místico e correlaciona-se com alguns dos mais antigos textos sagrados conhecidos pelo homem. Para nós é uma grande honra que o jardim esteja aberto no 40 º aniversário do Bhaktivedanta Manor, um dos templos mais importantes da Grã-Bretanha e doado por George. "

George Harrison e John Lennon receberam uma placa azul em Londres. A comemoração foi na 94 Baker Street em Londres, local da loja de roupas da Apple, que foi adquirida em 1960 pela empresa dos Beatles, a Apple Corps Ltda.

A placa de Lennon já estava no local, mas foi substituída por outra que agora também lembra Harrison.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Arte e humanismo na trajetória de George Harrison

Considerado o "Beatle caladão", George Harrison foi o primeiro a sacudir a poeira depois da dissolução da banda para tocar seus próprios projetos. Já em 1970, meses após o anúncio oficial do fim dos Beatles, Harrison já lançava seu mítico trabalho solo All Things Must Pass, com o hino My Sweet Lord. Também foi o primeiro dos "fab four" a voltar aos palcos numa turnê mundial solo. Confira os principais momentos da trajetória de Sir George Harrison - filho de Harold e Louise Harrison.

Em agosto de 1958 - entra para a banda The Quarrymen, embrião dos Beatles que já contava com Paul McCartney, seu antigo colega de escola, e John Lennon.1959 - forma o Silver Beatles, com McCartney, Lennon e o baixista Stuart Sutcliffe.Agosto de 1960 - rebatizada simplesmente Beatles, a banda faz uma bem sucedida turnê pela Alemanha.Maio de 1962 - banda assina com o produtor George Martin, da EMI, um contrato para lançar seu álbum de estréia.Outubro de 1962 - com seu primeiro single, Love Me Do, os Beatles entram para a lista de top 20 da parada britânica.Fevereiro de 1963 - Please Please é a canção mais tocada na Inglaterra e, no mês seguinte, o álbum homônimo toma de assalto o país e eleva a banda ao estrelato.Dezembro de 1963 - Com I Want to Hold Your Hand, banda chega aos Estados Unidos e já entra para a parada da Billboard.Fevereiro de 1964 - A banda aparece no programa de Ed Sullivan já reputada como a "maior banda do mundo".Julho de 1964 - Estréia o primeiro filme dos Beatles, A Hard Day´s Night. À época, a coqueluche Beatles já havia se espalhado pelo mundo todo.Janeiro de 1966 - Harrison casa-se com Patti Boyd.Agosto de 1966 - Os Beatles fazem seu último show, no Candlestick Park de São Francisco.1967 - Considerado a obra-prima da banda, chega ao mercado o álbum Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band.

Novembro de 1968 - Harrison lança Wonderwall Music, seu primeiro trabalho solo e o primeiro disco do selo dos Beatles Apple.1969 - Something, composto por Harrison, conquista o topo da parada americana.Abril de 1970 - McCartney anuncia que está deixando a banda. Logo após, os outros integrantes confirmam a dissolução dos Beatles.1970 - Meses após o fim da banda, Harrison já lança seu mítico álbum solo All Things Must Pass, que inclui o hino My Sweet Lord, além de Let it Down e Apple Scruffs.Agosto de 1971 - No Madison Square Garden, o humanitário Concerto para Bangladesh reúne os ex-beatles Harrison e Ringo Starr, além dos amigos Bob Dylan e Ravi Shankar. Rende três álbuns ao vivo.Novembro de 1974 - Harrison torna-se o primeiro Beatle a voltar aos palcos em turnê mundial solo.Setembro de 1976 - Harrison perde disputa judicial pelos direitos autorais de My Sweet Lord, que Lonnie Mack garante ter sido inspirada na sua He´s so Fine.Junho de 1977 - Harrison se divorcia de Patti Boyd, que mais tarde se casaria com Eric Clapton.Agosto de 1978 - Nasce Dhani, filho de Harrison com Olivia Arias.Setembro de 1978 - Harrison e Olivia se casam.

1979 - Harrison funda a Handmade Films para produzir A Vida de Bryan, do Monty Python.Julho de 1981 - Harrison organiza o tributo a Lennon, morto um ano antes, All Those Years Ago, reunindo McCartney e Ringo.Janeiro de 1988 - Volta ao topo da parada americana com Got My Mind Set on You.Novembro de 1988 - Lança Traveling Wilburys: volume um, com registros da all-stars band que reunia Harrison, Roy Orbison, Tom Petty, Bob Dylan e Jeff Lynne.1994 - Harrison vende sua produtora Handmade Films por US$ 8,5 milhões.Junho de 1998 - Harrison confirma passar por um tratamento contra um câncer na garganta.Julho de 2001 - Harrison comunica novo tratamento contra o câncer, na Suíça.29 de novembro de 2001 - George Harrison morre em Los Angeles, aos 58 anos.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Como George Harrison descobriu a cítara indiana, conheceu Ravi Shankar e criou um novo rock

história oficial dos Beatles conta que o primeiro contato de George Harrison com uma cítara indiana se deu no set de filmagens de Help!, mais especificamente na cena do restaurante, onde um grupo de músicos toca ao fundo do salão. É verdade.
George Harrison e Ravi Shankar Foto: Associated Press
Verdade também que o beatle interessou-se pelo som exótico desse instrumento da música clássica indiana e imaginou utilizá-lo no pop, no rock, nos Beatles. Saiu à procura de uma cítara e a encontrou numa loja da Oxford Street, em Londres. Não era lá um grande instrumento. Parecia mais coisa para turista.
Comprou-a por poucos shillings e foi para o estúdio de Abbey Road, onde a banda preparava seu novo álbum, Rubber Soul, de 1965. De início, John Paul estranharam aquele instrumento cheio de cordas, mas de sonoridade intrigante. John acabara de compor uma nova canção, Norwegian Wood, supostamente inspirada em uma relação extraconjugal que tivera quando era casado com Cynthia Powell Lennon.
O lick de cítara tinha apenas 13 notas. Tudo muito simples. Mas quem poderia imaginar que, naquele momento, Harrison estaria criando uma outra denominação musical, o raga rock, logo copiada pelos Rolling Stones em Paint in Black. A cítara atravessou o Atlântico e aportou nos Estados Unidos, onde foi usada pelos Byrds e, mais adiante, por hippies de todos os matizes, no chamado verão do amor.
Poderia ter sido uma moda passageira. Só não foi porque George ficou fascinado não apenas pela cítara, mas pela cultura indiana e sua religiosidade. Na verdade, a história da cítara e seu sentido mais profundo, místico até, na vida de George Harrison começa em junho de 1966, graças aos esforços de um indiano de nome Ayana Angadi e de sua esposa, a inglesa Patricia Fell Clark.
Ayana, nascido na vila de Jankanur, havia se mudado para Londres em 1924, para graduar-se em matemática. Em 1943, casou-se com Patricia. Três anos depois criaram em sua casa o Círculo de Música Asiática (AMC, na sigla em inglês), uma espécie de rede cultural que apresentou músicos indianos como Ravi Shankar, um mestre clássico, a músicos ocidentais. Os Beatles só o conheceriam um pouco mais tarde.
Voltemos, então, à gravação de Norwegian Wood. Quem entende de cítara informa que, apesar da profusão de cordas do instrumento, a melodia é executada em apenas uma delas. As demais vibrariam por simpatia. Pois foi justamente essa corda que se partiu durante a gravação da música.
Onde encontrar uma nova corda e como fixá-la corretamente ao instrumento? George recorreu à embaixada da Índia em Londres e esta o remeteu à AMC. O beatle não só resolveu seu problema, podendo concluir a gravação de Norwegian Wood, como tornou-se um convidado especial para as sessões de música indiana no AMC.
Há quem sustente que nada de bom acontece sem que haja uma pitada de sorte, de coincidência, sincronicidade, ou como queiram chamar.
1 | 11 Músico, compositor, ator e produtor de cinema, o eterno guitarrista dos Beatles George Harrison nasceu em 24 de fevereiro de 1943 e morreu em 29 de novembro de 2001. Por muitos anos, seu aniversário foi comemorado no dia 25 de fevereiro, mas George confessou nos últimos anos de vida ter, na verdade, nascido no dia 24 de fevereiro, às 23h50, portanto quase dia 25. Tanto faz, é sempre tempo de homenagear George Harrison. Confira 10 curiosidades sobre o beatle mais quieto, mas dos mais queridos. 
2 | 11 George foi o responsável por apresentar a música indiana aos Beatles e essa influência é vista em clássicos como ‘Norwegian Wood’, do disco ‘Rubber Soul’ (1965); ‘Love You To’ (‘Revolver’, 1966) e ‘Within You Without You’ (‘Sgt. Peeper’s’, 1967), que são da fase mais ousada musicalmente da banda e levam às primeiras incursões psicodélicas
11 | 11 Aos 22 anos, Harrison se tornou vegetariano assim como fez Paul McCartney, na década de 1970. Segundo a ex-mulher de George, Pattie Boyd, foi nesse momento que o músico proibiu a entrada em sua casa de qualquer tipo de carne ou peixe
Ravi Shankar. Terminado o álbum, os Beatles partiram para um tour pelos Estados Unidos, onde David Crosby e Roger Mcguinn, dos Byrds, apresentaram aos Beatles a música de Ravi Shankar. George ficou maravilhado. No ano seguinte, outra coincidência: George e sua mulher à época, Pattie Boyd, foram convidados para um jantar na residência dos Angadi, onde funcionava a AMC.
O outro convidado era Ravi Shankar.
Começaria aí uma relação de mestre e discípulo, segundo a página George Harrison in Memorial.
Com a ajuda de Shankar e de outros músicos indianos, George gravou Love You Too, no álbum Revolver. Em 1967, no álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band novamente o beatle voltaria à cítara na música Within You Without You, inspirada na música clássica indiana, uma espécie de fusão intercultural e filosofia meditativa, segundo alguns críticos.
A partir daí, George mergulhou fundo na religiosidade (não apenas indiana), como ficou evidente em sua obra prima All Things Must Pass, de 1970, primeiro álbum solo de um beatle depois do fim da banda.
George morreu de câncer em 29 de novembro de 2001, aos 58 anos, em Los Angeles. Cremado, suas cinzas foram jogadas nos rios Ganges e Yamuna, na Índia. Um ano depois, Eric Clapton e Ravi Shankar produziram um tocante espetáculo intitulado Concert for George, no Royal Albert Hall, Londres. 
O concerto foi dividido em duas partes. Na primeira, Anouska Shankar, filha do mestre indiano, tocou em sua cítara a peça Arpan, que significa oferecer. Em seguida, regida por Anouska, uma orquestra indiana, com instrumentos típicos e cantos, concluíram a composição de Ravi Shankar.
Na segunda parte do espetáculo, Clapton e dezenas de amigos de George, além do filho Dhani, tocaram suas músicas. A ligação de George com a cítara e com a Índia estava definitivamente selada. Algo a ser visto e ouvido com carinho e emoção.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

George Harrison: toda a simplicidade de um gênio

Após a separação dos Beatles, em 1970, ofuscado por anos por John Lennon e Paul McCartney, George Harrison lançou grande parte do material que havia acumulado e iniciou sua carreira solo. O primeiro álbum de George foi um sucesso de crítica e de público.

All Things Must Pass, de 1970, é considerado por muitos como o melhor disco de um ex-beatle e um dos melhores discos da história. O álbum era triplo (quando lançado em vinil), o primeiro álbum triplo da história do rock (que em CD, se tornou duplo).

O álbum atingiu o primeiro posto das paradas de sucesso britânica e norte-americana, incluía sucessos como as músicas My Sweet Lord, Isn’t It a Pity e What is Life. Anos mais tarde a canção My Sweet Lord, presente no álbum, lhe trouxe problemas devido a uma acusação de violação de direitos autorais. A canção era bem parecida com He’s so Fine (single de 1963), do grupo The Chiffons.

George negou a acusação, mas em 1976, foi condenado por ter subconscientemente plagiado a canção. As discussões sobre os pagamentos aos danos causados levaram o caso a ser continuado até os anos 90.

Durante este período, violando os preceitos éticos legais, o então empresário dos Beatles, Allen Klein, comprou a editora Bright Tune, dona dos direitos autorais de He’s so Fine, e trocou de lado, entrando na justiça contra Harrison – obviamente para poder capitalizar nos pagamentos dos danos que Harrison eventualmente teria que fazer a editora.

Finalmente, anos depois, Harrison comprou os direitos de ambas as canções, He’s So Fine e My Sweet Lord. Quando o álbum foi remasterizado em CD, a música ganhou uma versão nova chamada “My Sweet Lord 2000”.

Em 1971, pela primeira vez na história do rock, George Harrison organizou um show humanitário. O show aconteceu em 1 de agosto no Madison Square Gerden, em Nova York, reuniu cerca de 40.000 pessoas e contou com a participação de Eric Clapton, Ravi Shankar, Bob Dylan, Ringo Starr, Leon Russell, Billy Preston e o grupo Badfinger.

Os outros ex-Beatles também foram chamados mas só Ringo Starr compareceu. Paul alegou ser muito cedo para reunir a banda novamente e John não compareceu porque o convite não se estendeu a sua esposa, Yoko Ono.

O The Concert For Bangladesh foi feito com a finalidade de arrecadar fundos para refugiados de Bangladesh. Em 2005 o álbum foi relançado em CD e em DVD e as arrecadações foram doadas ao Unicef.

De forma adicional ao seu próprio trabalho, Harrison escreveu duas canções para Ringo Starr, It Don’t Come Easy e Photograph, incluídas no álbum Ringo, de 1973. Apareceu a seguir no álbum Imagine (1971), de John Lennon, assim como nas canções You’re Breakin’ My Heart de Harry Nilson, Day After Day de Badfinger, That’s The Way God Planned It de Billy Preton e Basketball Jones de Cheech & Chong.

Seu próximo álbum se chamou Living in a Material World (1973) e fez sucesso com a canção Give me Love (Give me peace on Earth), segunda a atingir o primeiro lugar nas paradas de sucesso dos Estados Unidos, depois de My Sweet Lord.

Em 1974, George separou-se da sua primeira mulher, Pattie Boyd, que depois acabou tendo um romance com seu amigo Eric Clapton – que era apaixonado por ela havia muito tempo e chegou a escrever para ela a famosa canção Layla.

No mesmo ano, ele lançou o álbum Dark Horse, que teve muitas críticas negativas. George iniciou sua primeira turnê e seus shows foram muito criticados por conter um longo número do artista Ravi Shankar e também porque George sofria de problemas vocais e sua voz apresentou-se falha. George também lançou seu selo, a Dark Horse Records. O selo começou a funcionar somente em 1976.

Extra Texture foi seu último álbum lançado pela Apple Records, em 1975. Foi um álbum para cumprir contrato com a gravadora. A canção You foi o sucesso do álbum, embora não tenha atingido o primeiro lugar nas paradas. O álbum chegou na posição 8 nas paradas de sucesso dos Estados Unidos.

Somente em 1976 é que George lançou um álbum pelo seu selo, a Dark Horse Records, 33 1/3. Na época George ficou doente com hepatite, o que fez com que ele mudasse a distribuidora do álbum da A&M Records para a Warner Bros Records pelo fato que a A&M Records queria que ele entregasse um novo álbum até junho e isso se tornou impossível com a doença.

Para o álbum ele escreveu “This Song”, canção que satirizava o caso de plágio de My sweet Lord. As canções This Song e Crackerbox Palace fizeram um certo sucesso e o álbum atingiu o décimo primeiro lugar nas paradas de sucesso dos Estados Unidos. A única promoção que George fez para o álbum foi se apresentar junto ao cantor Paul Simon no programa “Saturday Night Live” em 20 de novembro de 1976.

Em 1979, George lançou um álbum que tinha seu nome no título, George Harrison. O álbum trouxe um sucesso modesto com a canção Blow Away e atingiu o décimo sexto lugar nos Estados Unidos. No mesmo ano, George junto com um sócio, Denis O’Brian, lançou a produtora de filmes chamada Handmade Films. Com a Handmade foram produzidos, entre outros, os filmes A Vida de Brian (com o grupo Monty Python) e Shangai Surprise (com Madonna).

Biografia e “Gone Troppo”

Em 1980, ele escreveu uma autobiografia intitulada I Me Mine, onde falava pouco dos Beatles e mais de seus hobbies preferidos: corridas de Fórmula 1 e jardinagem. O livro inclui também letras de suas músicas e fotos raras. John Lennon, antes de morrer, declarou que ficou magoado com George por ter sido pouco mencionado em sua biografia.

Após o assassinato de John Lennon, em 1980, escreveu a canção All those years ago em sua homenagem e chamou Paul McCartney, Linda McCartney e Ringo Starr para participarem da gravação. A canção foi lançada no álbum de 1981, Somewhere in England e se tornou um sucesso, atingindo o segundo lugar nos Estados Unidos. Mas o álbum marcou um dos piores momentos da sua carreira. A Warner Bros. Records rejeitou quatro músicas (Tears of the World, Sat Singing, Lay His Head e Flying Hour).

Em 1982, George lançou o álbum Gone Troppo, considerado um de seus piores trabalhos, mas conseguiu fazer um pouco de sucesso com a canção Wake up My Love. Depois deste álbum, George ficou 5 anos sem gravar e deu prioridades a outros afazeres.

Em 1987, George lançou o álbum Cloud 9, que foi produzido por Jeff Lynne (Electric Light Orchestra). Depois de 5 anos, foi uma volta com reconhecimento de público e de crítica. George convidou mais uma vez alguns amigos para participar do álbum: Eric Clapton, Ringo Starr e Elton John, além do próprio Jeff Lynne.

A canção I got my mind set on you, escrita por Rudy Clark na década de 60, atingiu o primeiro lugar nos Estados Unidos e segundo na Inglaterra. A canção When We Was Fab em referência aos Beatles conseguiu sucesso mais modesto.

No videoclipe desta canção George aparece junto com Ringo Starr e Paul McCartney, este fantasiado de leão marinho em homenagem às fantasias usadas no filme Magical Mystery Tour. O álbum alcançou o posto de número 8 nas listas de sucessos dos Estados Unidos e o número 10 nas britânicas, dando a Harrison seu melhor resultado desde Living in the Material World.

Um ano depois de Cloud 9, ele formou um grupo com amigos. Os Traveling Wilburys tinham, além de George, Jeff Lynne, Bob Dylan, Roy Orbison e Tom Petty. Cada um participou da banda com um pseudônimo. Eles lançaram o disco Traveling Wilburys Vol.1 ainda em 1988.

No ano seguinte, foi lançada a coletânea Best of Dark Horse Years que trouxe ainda algumas canções inéditas: Poor Litte Girl, Cheer Down e Cockamamie Business.

Próximo do fim

No primeiro ano da nova década viria a luz o segundo álbum do Traveling Wilbury, Traveling Wilburys Vol. 3, apesar da morte de Roy Orbison em 1988. Como substituto, o grupo havia pensado em Del Shannon, mas em fevereiro de 1990 o músico se suicidou.

Em 1991, George iniciou uma turnê pelo Japão, acompanhado por Eric Clapton. O álbum com a turnê, Live in Japan, foi lançado em 1992. Foi seu segundo álbum ao vivo lançado e a primeira turnê feita em sua carreira solo desde a de 1974. Nesta turnê, diferentemente da de 74, foi incluída no repertório algumas composições clássicas da época dos Beatles, além das da carreira solo.

Entre 1994 e 1996, empreendeu junto a Paul McCartney e Ringo Starr o projeto Anthology, incluindo a gravação de duas novas canções dos Beatles a partir de demos caseiros dos meados dos anos 70, onde John Lennon tocava piano e cantava. O projeto incluía entrevistas com os membros sobreviventes dos Beatles contando a história da banda. Em 1996, gravou e produziu junto a Carl Perkins a canção Distance Makes No Difference With Love para álbum dele, Go-Cat-Go.

A última aparição de Harrison na televisão teve lugar em 1997 para a promoção de Chants of India, em uma colaboração junto a seu amigo e músico hindu Ravi Shankar. No programa, Harrison interpretou depois de que uma pessoa do público lhe pediu uma canção dos Beatles e ele respondeu “creio que não conheço nenhuma”, a canção All Things Must Pass e Any Road, esta última só seria lançada em 2002 no seu álbum póstumo Brainwashed.

O fim

George faleceu dia 29 de novembro de 2001 em Los Angeles aos 58 anos de idade. Seu corpo foi cremado e alguns afirmam que suas cinzas jogadas no Rio Ganges embora a família não tenha oficialmente confirmado. Sua morte foi devido ao câncer que havia atingido ao cérebro.

Após a sua morte, sua família emitiu um comunicado: “Abandonou este mundo como viveu: consciente de Deus, sem medo da morte e em paz, rodeado de familiares e amigos”. Harrison costumava dizer: “Tudo pode esperar, menos a busca de Deus”.

O álbum póstumo de George Harrison, Brainwashed, foi completado por seu filho Dhani Harrison e Jeff Lynne e lançado em 18 de novembro de 2002, recebendo positivas críticas e alcançando o posto 18 nas paradas de álbuns da Billboard.

Fonte: htpps://estadao.com.br

sábado, 6 de abril de 2019

George Harrison enviou a Nixon um telegrama irritado em 1973


John Lennon não foi o único membro dos Beatles a ter problemas com a imigração, de acordo com documentos descobertos em uma pesquisa da Freedom of Information Act feita por um pesquisador dos Beatles e revisada pela Billboard.

Chip Madinger - co-autor com Mark Easter de Eight Arms to Hold You, e com Scott Raile de Lennonology: Strange Days. De fato - disse à Billboard: "Quando eu estava pesquisando Lennonology eu fiz uma Freedom of Information e obtive seu INS. e Naturalization Service] e simplesmente segui em frente e conseguiu o de George ao mesmo tempo. George veio para os Estados Unidos em março de 1973 para as reuniões da Apple e para trabalhar no disco de Ringo ", disse ele. "Ele veio do Paquistão e foi detido no aeroporto. E eles passaram por alguns 'ele disse e ela disse' e, mas eventualmente foi autorizado a entrar nos Estados Unidos. E eu acredito que ele recebeu permissão para ficar até 1 de junho e ele estava procurando mais tempo.

"Ele supostamente foi para um escritório do INS e conseguiu um OK para ficar até o dia 30 de junho. E ele queria mais tempo além disso. E foi quando foi negado. Então ele e Pattie voltaram para o Reino Unido, eu acredito Era 28 de junho de 1973. E ele deve ter acabado de pegar uma abelha no chapéu ou algo assim e escreveu este telegrama.

O telegrama, endereçado a "Presidente Richard Nixon, DC da Casa Branca", com erros de ortografia, diz: "Senhor, como você pode bombardear cidadãos cambonianos e se preocupar em me expulsar do país por fumar maconha na época. Your repressive emperaour (sic) war monger ways stop before too piece (cq) luv (cq). We will run the world Harry Krisher, Hare Hara Krishne Hare Hara Hare Hara Krishner. George Harrison."(O resto está em inglês por causa dos erros ortográficos e de dificil tradução).Eu acho que é claro que ele ditou por causa dos erros ortográficos", diz Madinger.

"Então James Greene escreveu a resposta. E diz:" O seu telegrama ao presidente Nixon sobre sua saída dos Estados Unidos foi encaminhado a este escritório para resposta. E sou informado de que, ao negar sua solicitação de extensão em maio de 1973, o diretor distrital de nosso escritório de serviços em Los Angeles avisou-o das razões dessa recusa. Então é meio que um pouco 'Já te falamos o porquê' ”.

Um outro memorando da assistente da equipe, Anne V. Higgins, ao Procurador Geral, datado de 22 de agosto de 1973, disse: "Escritor preocupado com a negação de uma prorrogação do visto por uma condenação de maconha na Inglaterra".

De acordo com Leon Wildes, o advogado que ajudou John Lennon com seus problemas de imigração altamente divulgados que ele documentou em seu livro de 2016, John Lennon Vs. The USA, os problemas de imigração de Lennon nos anos 70 começaram depois que o governo Nixon receava que ele galvanizasse jovens eleitores, então eles decidiram deportá-lo. A vitória de Lennon veio em quatro etapas no Tribunal Federal, de acordo com o blog de Wildes. Ele e Yoko foram aprovados pela primeira vez como "artistas de destaque" e receberam "status de não prioridade" para não serem deportados. Lennon também processou o governo por "processo seletivo" e, por fim, ganhou um recurso sobre a ordem de deportação. O caso de Lennon tornou-se um importante precedente legal. "No campo da lei de imigração hoje, ninguém fez mais do que meu velho amigo John", escreveu Wildes em seu livro. "Quer você chame isso de status de não prioridade, de ação diferida ou de discrição do Ministério Público, como ficou conhecido mais recentemente, esse continua sendo o único remédio disponível em muitos dos casos de imigração mais difíceis."

De acordo com Wildes, George Harrison disse mais tarde a Lennon que era "a doutrina de Lennon" que ajudou a torná-lo inelegível para um visto. Ele disse que em janeiro de 1976, o Departamento de Estado disse que as condenações por "inocentes" por posse de drogas não eram motivo para impedir a entrada nos Estados Unidos.

Fonte: htpps://diariodosbeatles.blogspot.com

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